Mais de 20.000 mortos em 17 meses de guerra no Sudão
O Alto-comissário das Nações Unidas para os Direitos Humanos disse hoje que mais de 20.000 pessoas morreram nos quase 17 meses de guerra no Sudão, que provocou também a maior deslocação e pior crise humanitária do mundo.
"Omundo não pode permitir que isto continue", afirmou Volker Türk, ao apresentar as situações mais preocupantes a nível global, na abertura da 57.ª sessão do Conselho dos Direitos Humanos, em Genebra.
O alto-comissário da ONU sublinhou que a crise no Sudão tem sido alimentada "por uma impunidade de longa data, por uma batalha pelo poder, por interesses económicos concorrentes e pela instrumentalização de tensões étnicas".
O Sudão foi o primeiro país que Türk visitou ao assumir o seu mandato como alto-comissário das Nações Unidas no final de 2022, um ano após o golpe de Estado que destituiu um governo civil de transição que deveria conduzir o país a eleições gerais e à instalação de um governo democrático.
A guerra no Sudão eclodiu a 15 de Abril de 2023 e já forçou mais de dez milhões de pessoas a abandonarem as suas casas, transformando este país africano num dos locais com a mais grave crise humanitária do planeta.
A guerra eclodiu na sequência de divergências acentuadas entre o exército e as Forças de Reacção Rápida (RSF) sobre a integração deste grupo paramilitar nas forças armadas, o que fez descarrilar o processo de transição após a destituição de Omar Hassan al-Bashir, depois de 30 anos no poder, num golpe militar em Abril de 2019. (RM-NM)